Para andar a criança senta, engatinha, dá alguns passos, cai e anda, e assim por um certo tempo até conseguir andar plenamente. Para falar o processo é semelhante: a criança balbucia, fala algumas palavras soltas e incorretas para depois falar corretamente formando frases e expondo seus pensamentos. Nesses dois casos, o processo do erro é aceito e motivado para o acerto. Se a criança cai ao tentar andar, automaticamente pais e educadores motivam-na a levantar novamente e seguir em frente com sorrisos e aplausos.
Na alfabetização a demanda é a mesma. A criança cria hipóteses da escrita no primeiro momento, quando percebe que existe outra forma de se comunicar por escrito, além dos desenhos que faz. Ela sabe que pode desenhar figuras e, no segundo momento, pode “desenhar letras”. Partindo desse pressuposto, inúmeros erros acontecem até chegar ao domínio da leitura e da escrita. Porém, essa espera pode ser um caos tanto para pais, professores e crianças.
Apresentar o processo de alfabetização para uma criança e respectivamente para seus pais é dever do professor e isso deve acontecer de forma estimulante e prazerosa. Para os pequenos, mostrar que eles já sabem ler (leitura simbólica) é algo que os deixa encantados. Por exemplo: solicite de seus alunos vários rótulos de embalagens dos produtos que eles usam habitualmente, como sabonete, achocolatado, margarina, etc. Só pelo desenho ele saberá identificar o que é e normalmente falará corretamente o nome do produto. Isso é um tipo de leitura. Perceber isso fará que a criança sinta que o desafio de aprender a ler é algo simples e desafiador.
Para os pais, em uma reunião, apresente vários textos em línguas diferentes. Por exemplo, um cardápio em russo, uma receita de comida em alemão, uma lista de compras em francês, etc. Por dedução e visualização, eles irão falar do que se trata, porém sem conhecer uma palavra sequer. Isso demonstrará como é o processo de alfabetização para uma criança.
Lidar com o erro no processo de alfabetização é uma ação constante. Se a todo momento que a criança tenta fazer uma produção de texto ela ouve: está errado, as letras que você usou não são as certas, isso que você escreveu ninguém consegue entender, ela ficará muito desmotivada e terá receio de escrever, pois toda vez que o faz, erra.
Mas, se ao invés de computar os erros, o educador e os pais considerarem os pequenos acertos, a criança que está nesse processo ficará motivada. Veja o exemplo abaixo:
Se você pede para seu aluno escrever a palavra boneca e ele, independentemente da fase em que se encontra, escreve:
ONEA
Você pode dizer para ele: Parabéns, vou mostrar como é a palavra boneca que todos conseguem ler e vamos ver quantas letras você acertou.
ONE A
BONECA
Você conseguiu acertar 4 letras. Isto é muito bom.
Veja como é diferente se você olhar para a palavra ONEA e disser: nossa, você escreveu errado, aqui não está escrito o que eu solicitei, eu disse para você escrever BONECA. Você errou pois estão faltando algumas letras e ninguém consegue entender.
A correção dentro do processo de alfabetização deve ser feita como estímulo e incentivo, para que o aluno tenha vontade e criatividade para querer escrever e ler.
Outra dica importante dentro desse novo universo da alfabetização para a criança é o incentivo à leitura. Crianças que são estimuladas a manusear livros desde a infância e percebem em seus pais e professores o hábito da leitura terão vontade de fazer o mesmo. Nesse momento, educadores e familiares devem ter paciência para ouvir a criança lendo, que também é mais uma forma de trabalhar com o estímulo positivo.
Dentro do processo da alfabetização, estão a criatividade e a observação do mundo que cerca a criança. De que adianta uma criança alfabetizada se não possui conteúdo para produzir um texto? Nesse aspecto o professor deve oferecer muitas possibilidades, por meio de jogos, brincadeiras, produção de texto coletiva, dramatização, vivências em grupos, etc. Todas essas ações criarão na criança a vontade de colocar as experiências no papel e, aos poucos, ela saberá produzir um texto com começo, meio e fim.
Alfabetizar não é apenas saber ler e escrever, é muito mais do que isso. Ê ler o mundo e transcrevê-lo para poder registrar essas experiências e, aos poucos, montar o seu livro da vida!
Autora: Débora Corigliano é psicopedagoga, realiza palestras em escolas e empresas eé autora do livro Orientando Pais, educando filhos
Você conseguiu acertar 4 letras. Isto é muito bom.
Veja como é diferente se você olhar para a palavra ONEA e disser: nossa, você escreveu errado, aqui não está escrito o que eu solicitei, eu disse para você escrever BONECA. Você errou pois estão faltando algumas letras e ninguém consegue entender.
A correção dentro do processo de alfabetização deve ser feita como estímulo e incentivo, para que o aluno tenha vontade e criatividade para querer escrever e ler.
Outra dica importante dentro desse novo universo da alfabetização para a criança é o incentivo à leitura. Crianças que são estimuladas a manusear livros desde a infância e percebem em seus pais e professores o hábito da leitura terão vontade de fazer o mesmo. Nesse momento, educadores e familiares devem ter paciência para ouvir a criança lendo, que também é mais uma forma de trabalhar com o estímulo positivo.
Dentro do processo da alfabetização, estão a criatividade e a observação do mundo que cerca a criança. De que adianta uma criança alfabetizada se não possui conteúdo para produzir um texto? Nesse aspecto o professor deve oferecer muitas possibilidades, por meio de jogos, brincadeiras, produção de texto coletiva, dramatização, vivências em grupos, etc. Todas essas ações criarão na criança a vontade de colocar as experiências no papel e, aos poucos, ela saberá produzir um texto com começo, meio e fim.
Alfabetizar não é apenas saber ler e escrever, é muito mais do que isso. Ê ler o mundo e transcrevê-lo para poder registrar essas experiências e, aos poucos, montar o seu livro da vida!
Autora: Débora Corigliano é psicopedagoga, realiza palestras em escolas e empresas eé autora do livro Orientando Pais, educando filhos
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